quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Bagé na Revolução Farroupilha

Bagé era um vilarejo de pouco mais de uma centena de casinholas e ranchos em torno da Capela de São Sebastião quando eclodiu o movimento revolucionário farroupilha, em 1835. 
O 2º Regimento de Cavalaria de 1ª Linha, com pouco mais de cem homens, sob o mando do capitão Jorge de Mazzarredo, fracionado em diferentes destacamentos, tinha dentro da vila poucos soldados, e além de seu comandante, o tenente Manoel Luiz Osório, um alferes e um sargento.

José Neto foi encarregado pela revolução para operar sobre Bagé e, aliciando elementos entre a tropa e civis, preparou uma marcha sobre a vila, desde o arroio Piraí, onde tinha sua chácara.
Sem elementos para enfrentar os atacantes, o capitão Mazarredo e o tenente Osório, com a tropa do regimento, retiraram-se para São Gabriel com a finalidade de fazer junção com o comandante das armas, marechal Sebastião Barreto.
Dissolvida a força legalista, dada a extensão tomada pela revolução no primeiro momento, Osório se apresentou a Bento Manoel, sendo destacado comandante da Fronteira de Bagé, para onde voltou à frente de seu próprio regimento.

A retirada de Fernando Braga para Rio Grande e a posse do 4º vice-presidente Marciano Ribeiro, enquanto se aguardava a nomeação de um novo presidente para a Província, permitiu que as hostilidades se concentrassem nos arredores da cidade marítima, enquanto todo o resto do Rio Grande do Sul vibrava com a vitória da insurreição.
Bagé também voltou à normalidade e Osório, comandante da fronteira, aproveitou a calmaria das armas para realizar seu casamento, no dia 15 de novembro de 1835, na Capela de São Sebastião.

Lugar da proclamação da República Rio-grandense e também Capital Farroupilha


Modificado o panorama político da Província com a chegada de Araújo Ribeiro para assumir a governança, Osório voltou aos quadros da legalidade e continuou em Bagé à frente do 2º Corpo, parte da Divisão da Direita do Exército Imperial. 
Iniciado os movimentos militares, com o descontentamento dos rebeldes à solução da Regência, Bento Gonçalves se dirigiu para a região de Bagé e no arroio Piraí Grande concentra cerca de 1,8 mil correligionários (28 de fevereiro de 1836), mandando intimar o comandante Araújo Ribeiro a abandonar a província.
As terras que constituem o atual município de Bagé foram, então, nesse abrir de 1836, teatro de marchas de exércitos legais e rebeldes.

Daqui parte o imperial tenente coronel Antônio de Medeiros Costa, com 200 homens, encarregado por Manuel Bento a atuar nesta região, e por aqui passa João da Silva Tavares logo seguido por Bento Gonçalves da Silva.

“Bagé se torna uma vila abandonada, 
ficando apenas poucas mulheres idosas”
(Um cronista da época, segundo Tarcísio Taborda) 

Em 10 de setembro ocorreu o combate de Seival, entre a 1ª Brigada, ao mando do tenente coronel Antônio de Souza Neto e as forças legalistas de Silva Tavares. Foram vitoriosos os farroupilhas. 
Neto, então, acampou às margens do Jaguarão, no campo dos Menezes, poucos quilômetros além da Colônia de Hulha Negra, onde proclamou a República Rio-grandense. 

Sem nunca deixarem de transitar pelo município de Bagé, em dezembro de 1836, encontrou os rebeldes nas imediações do Passo Real de Candiota e o imperial Bento Manoel na Coxilha da Bolena, que voltou aos farrapos, preparando novos planos de ação.
A República Rio-grandense estabelecida em 6 de novembro de 1836, em Piratini, estava em organização e lançavam-se as bases jurídicas do novo Estado. 

Organizando a república
Quando se iniciou o ano de 1838, Antônio de Souza Neto esteve em Bagé, com 400 soldados, de onde saiu em operação contra os imperiais. A vila vivendo em normalidade, depois de um ano de aparente paz, festejava o segundo aniversário do combate de Seival e o terceiro do início da revolução, com fogos e composições poéticas, tão ao gosto da época. 
Enquanto a revolução se estendia para o norte, a campanha se dedicava às atividades produtivas, atendendo aos reclamos dos cofres da nação. 
Sendo necessária a mudança da capital republicana, Bagé serviu de sede da administração do Estado Rio-grandense. 
Os cuidados do ministro do Interior, Domingos José de Almeida, para a boa organização dos serviços públicos, propiciaram a instalação do Correio Geral da Nação, entre a capital e as principais cidades, sendo Genuíno Cezario Nunes escolhido administrador do correio local. 
Cuidou-se da administração pública e Bagé recebeu o primeiro professor pago pelo novo governo.
Em 1840, os cidadãos de Bagé recolheram aos cofres do Tesouro da República 20 contos, 525 mil e 388 réis, correspondente aos impostos anuais. 
Ao mesmo tempo, a administração republicana adotava diversas providências para oferecer benefícios ao povo e procurando se organizar juridicamente. Realizou eleições para deputados à Assembleia Constituinte e Legislativa do Estado Rio-grandense, em 1840. Nessas eleições foram apurados em Bagé 4 539 votos, elegendo por esta zona o padre Hildebrando de Freitas Pedroso, depois cura da Capela de São Sebastião. 

Na primeira eleição da República 
Rio-grandense Bagé teve 
4 539 eleitores

A Capital
Proclamada a República Rio-grandense às margens do Arroio Jaguarão, no município de Bagé, logo a 6 de novembro de 1836, em Piratini, foi organizado o primeiro governo da nova república e instalada ali sua sede.
As ocorrências da guerra fizeram com que a 9 de janeiro de 1839 se deliberasse a mudança da capital para um ponto mais central e seguro, sendo designada a Vila de Caçapava para sediar o governo da República, que ali passa a ser estruturado administrativamente.
A tomada de Caçapava pelos imperiais em 21 de março de 1840, obrigando o governo a se retirar da vila, para retornar logo e ver os prejuízos causados pelo invasor, mostraram os riscos que estavam a correr, com a penetração dos imperiais na região da Campanha. 
Até 22 de maio a capital permaneceu em Caçapava, mas a partir de então, e até se instalar em junho de 1842 na Vila do Alegrete, a sede do governo passou a ser o lugar onde estava o Tesouro. Por algum tempo ficou ambulante, voltou a Piratini, esteve em diversos pontos da república até chegar em São Gabriel. Depois, a partir dos primeiros dias do mês de agosto de 1841, a capital ficou em Bagé, onde Domingos José de Almeida, no Ministério da Fazenda, passa a tomar as providências para reorganizar o que se havia extraviado e perdido nessas andanças. Chega a instalar a tipografia e encomenda tipos de imprensa e óleo de linhaça para a tinta dos prelos, a fim de que volte a circular o órgão de informação da república. Em 15 de dezembro de 1841 a tipografia estava pronta. Enfim, em Bagé são instalados todos os serviços públicos dos ministérios.
Não só isso comprova ter sido Bagé Capital da República Rio-grandense. Em processo de justificação requerida por Domingos José de Almeida perante o Juízo dos Feitos da Fazenda Nacional, as assentadas com data de 16 e 18 de março de 1842, dizem “nesta Capital de Bagé” ou “nesta capital de São Sebastião de Bagé”. 
Por outro lado, há uma variada correspondência datada de Bagé dirigida por Bento Gonçalves da Silva, como presidente da República e por ele respondida na mesma data, demonstrando sua atuação aqui no exercício do cargo mais alto, durante este período que vai de agosto de 1841 até abril de 1842.
Mas não é só nem por acaso que Bagé é a capital. Com a ocupação de São Borja pelos imperiais, a capital designada, Alegrete, não oferecia as condições de segurança adequada. 
Por isso que a partir de 10 de julho de 1841 é deliberado sediar o Governo Republicano na Povoação de Bagé, e passam a se tomar as providências necessárias, como é possível observar pela correspondência ao capitão Joaquim Gomes de Araújo, Juiz de Paz de Bagé.
“Ilmo. Sr. 
Tendo o governo de residir por algum tempo nessa povoação, haja V. Sa. de combinação com o cidadão Chefe Geral de Polícia a quem faço igual participação de prontificar casas para residência de S. Exia. o Sr. Presidente, secretarias, Tesouro, Trem de Guerra, Hospital e empregados. Deus guarde V. Sa. Secretaria do Interior e Fazenda encarregada do expediente da Justiça em São Gabriel, 10 de julho de 1841. Domingos José de Almeida.” 



Guerra na Campanha
A luta continuava pela serra, mas em fevereiro de 1841, os farroupilhas desceram rumo a São Gabriel e o teatro de guerra se mudou para a campanha.
Os legalistas se concentraram em Cachoeira e o comandante das armas do Exército Imperial, general João Paulo dos Santos Barreto, entrou em Bagé a 22 de março de 1841.
Novas mudanças de gabinete ocorrem, com a substituição de dirigentes civil e militar da província no comando. De abril de 1841 a março de 1842, o governo imperial pouco consegue para terminar a luta armada, apenas vantagens parciais obtidas em ataques de surpresas. 
O Barão de Caxias, presidente e comandante das armas, assume suas funções em Porto Alegre, a 9 de novembro de 1842. Ainda as forças rebeldes dominavam e ocupavam a campanha.
Depois de ter conhecido a situação geral da província, Caxias reorganizou as forças, redistribuiu os generais e desceu para a campanha a fim de dar combate sem trégua aos rebeldes. As incursões e perseguições que seguiram foram trazendo os farroupilhas, mal armados e mal municiados, para uma concentração sobre a fronteira, já que a pertinácia de Caxias não lhes dava chances de uma preparação de soldados e cavalos.
Quando Bento Manuel, pela margem esquerda, e Caxias, pela direita do Rio Santa Maria, rumam em direção a Bagé, Davi Canabarro, que comandava os farroupilhas, retrocedeu para Alegrete, fugindo a um encontro com os imperiais. 
Os movimentos dos exércitos se estendem por toda a campanha, de Bagé a Alegrete. 
As operações dos legalistas, em 1843, já haviam tirado das mãos dos rebeldes todas as povoações, e seus exércitos fracionados viam-se na contingência de entrar pelo Uruguai em busca de descanso e reunião. 
Caxias, Manoel Marques de Souza e Bento Manuel deslocam-se em todos os sentidos para surpreender Canabarro, Bento Gonçalves e Antônio de Souza Neto. 

Nas imediações de Bagé, sobre a fronteira, estavam Bento Gonçalves e João Antônio, com 800 homens, pretendendo entreter o exército imperial, enquanto o grosso, sob as ordens de Canabarro, operaria pela retaguarda. 

Em Bagé estava grande parte da cavalhada farrapa.
Conseguindo afugentar todas as forças rebeldes, Caxias entrou pela Bolena a 1º de setembro, no dia seis estava no Candiotinha e no sete nas imediações da cidade, onde fez junção com Bento Manoel e o Marques de Souza. 
Findo o ano de 1843, Caxias dominava toda a fronteira e sob suas imediatas ordens estendia-se uma de suas colunas do exército, entre Bagé e São Gabriel, enquanto as outras exerciam constante perseguição às forças rebeldes. 
Diz João Cirne Lima (o proto historiador de Bagé, cita Tarcísio Taborda), que “já em 1843, desterrados os sustos, a população local que emigrara, foi-se recolhendo aos seus lares e o progresso começou obedecer às leis de seu desenvolvimento”. 

Entre farrapos e imperiais
Durante o ano de 1844, as imediações de Bagé ora davam guarida a farrapos, ora a legalistas, ora a ambas as forças, que observavam à distância. 
Em princípio de janeiro era Canabarro que fazia junção com Antônio Neto, perseguidos por Francisco Pedro de Abreu e Francisco Felix da Fonseca Pereira Pinto.
Em 30 de março, era Caxias que acampava a quatro léguas do povoado, à espera dos farroupilhas que para ali marchavam. Pouco depois é Francisco Pedro que, informado de que o rebelde coronel Antônio Manoel do Amaral estava em Bagé, marcha ao seu encontro. Em seguida é o mesmo Amaral que marcha à procura de Chico Pedro e o encontra e bate no Cerro da Palma. Pouco mais é Caxias que deixa o Piraí e vai em busca de Canabarro pelas bandas do Candiota. Logo é Caxias que volta até Bagé, onde entra a 26 de maio e se demora dois dias. Em julho é Canabarro que entra na província pelo arroio Hospitais vai ao Candiota e marcha sobre Bagé. Em outubro é Caxias que retoma a direção de Bagé e acampa entre os dois Piraís. 
Exaustos estavam os farroupilhas com a luta que se prolongava, sem possibilidades de vitória.
Por outro lado, o momento internacional não era nada propício. Rivera, intrometendo-se nos problemas do Brasil, pretendia ser o aliciador da paz para colher vantagens políticas. 
No entanto, o mau andamento das ações militares e a cisão entre os chefes, levou farrapos e imperiais a tratar da paz. Daí, Bento Gonçalves, em 22 de outubro de 1844, dirige-se por carta a Caxias pedindo uma conversa em Bagé, para onde acudiriam delegados credenciados.
Assim aconteceu. Antônio Vicente da Fontoura e o padre Francisco Chagas, pelos farroupilhas, vieram a Bagé, onde a 6 de novembro conferenciaram com Caxias e acertaram as medidas preliminares para a paz. 
Voltando a nova conferência no dia 15 de novembro, deliberaram o embarque dos delegados e do representante de Caxias para o Rio de Janeiro a fim de debaterem as condições da paz. 
Tendo esta região como o centro de todos os acontecimentos do ano é em Bagé que se abrigam os chefes da legalidade, depois de surpreenderem Canabarro, Neto e João Antônio no Cerro dos Porongos. É para Bagé que galopa Caxias com sua divisão para a conferência de paz e é aqui que, recebido pela população, é convidado a assistir um Te-Deum que se celebraria em ação de graças pelas vitórias alcançadas. Caxias manda que se dissesse missa pelas almas dos que morreram na guerra. 

Segundo conta João Antônio Cirne**, Caxias ao se retirar de Bagé “deixou de guarnição o 8º Batalhão de Fuzileiros, do qual era chefe e comandante de fronteira o coronel Francisco Felix da Fonseca Pereira Pinto. Suspensas como então se achavam as garantias constitucionais, em razão do estado anômalo da Província, não havendo aqui autoridade alguma territorial ficou o coronel Pereira Pinto incumbido do governo civil. Jamais decidiu questão alguma entre o povo que não fosse baseado na justiça. Seus atos sempre tiveram o cunho da equidade e da retidão.”
Apesar das negociações, a luta continuava, embora menos intensa e só cessou, definitivamente, a 25 de fevereiro de 1845, quando todos os exércitos se concentraram nas proximidades de Ponche Verde. Ali, assinadas as atas e lançadas as proclamações, foi encerrada a mais duradoura revolução havida no Brasil. 
No dia 2 de março, no meio do entusiasmo delirante do povo, entrava Caxias em Bagé, sob arcos triunfais.
A Revolução Farroupilha, que tivera seu ponto máximo em Bagé, com a proclamação da república, depois de ter incendiado toda a província, vinha encerrar seu ciclo com as festas da paz também em Bagé. 


Fonte: Jornal Minuano 20/09/2013

sábado, 14 de setembro de 2013

Dom Diogo Martin Afonso de Souza Telles


Conforme a historiadora e pesquisadora Elizabeth Macedo Fagundes, o fundador de Bagé, Dom diogo de Souza, Conde de Rio Pardo, nasceu em Lisboa, a 17 de maio de 1755. Era doutor em Matemática pela universidade de Coimbra e General do Exército Português, já tendo sido Capitão- General em Moçambique e capitão-general no Maranhão. Veio para o sul com uma missão essencialmente militar; mas mostrou se hábil em administração, proporcionando várias melhorias em Porto Alegre, onde foi nomeado primeiro Capitão- General da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul. Em sua ação administrativa implantou os municípios de Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Rio Pardo e Bagé.
Durante sua administração, na província ocorreram movimentos revolucionários das colônias espanholas do Prata, que geraram intervenção naqueles domínios e coube a ele organizar o Exercito Pacificador da Banda Oriental. Nessa missão passou  pelo território hoje pertencente ao município de Bagé, vilarejo que fundou entre as paradas de renovação das possibilidades de atividades militares em terras Uruguaias.
No mesmo ano que fundou Bagé, Dom Diogo de Souza foi nomeado Marechal de Campo. Ao deixar o governo da Província de São Pedro recolheu-se à corte no Rio de Janeiro e, em 1815, recebeu o título de Conde de Rio Pardo.
Morreu em Lisboa, aos 74 anos, no dia 12 de julho de 1829.

Sociedade Espírita Bom Samaritano


Foi fundada no dia 4 de agosto de 1954. É uma sociedade civil, religiosa, de direito privado com personalidade jurídica filiada a Federação Espírita do Rs.
A sociedade mantém departamento de: cultura espiritual, difusão, evangelização e de ação social, que tem como finalidade distribuir àspessoas carentes, alimentos, vestuário, calçados, etc.
é a mantenedora a Escola Dr. Vasco da Gama e Silva, idealizada pelo engenheiro Vasco da Gama, que faleceu antes do término do prédio.
A obra foi finalizada pelo Sr. Ney Paiva, em 1962.

Hino

Hino
Por ocasião das comemorações do Centenário da elevação de Bagé a Comarca e Cidade (1958 -1959), foram promovidas muitas celebrações, e o poeta Hipólito Lucena compôs um poema que denominou "Hino à Cidade de Bagé", musicado pelo maestro Vitor Neves.

Em 10 de dezembro de 1958, Hipólito Lucena encaminhou ao Prefeito Municipal, em exercício, Dr. Luiz Maria Ferraz, Presidente da Câmara de Vereadores, o seguinte ofício:

"Nesta data estou remetendo à Comissão Central e Executiva dos Festejos do Centenário de Bagé, o HINO À CIDADE DE BAGÉ, cuja letra e música deposito nas mãos de V S. para que também tome conhecimento da iniciativa nossa, em colaboração com V.S. e para que fique, nessa Prefeitura, se for oficializado o trabalho".

Noticiou o Correio do Sul que o Prefeito Municipal, havia oficializado o "Hino à Cidade de Bagé" e teve divulgação o seguinte texto do Decreto alusivo, datado de 22 de dezembro, de 1958:

"O Dr. Luiz Maria Ferraz, Prefeito Municipal de Bagé em exercício, no uso de suas obrigações legais,

Considerando que o Hino de Bagé composto pelo Maestro Vitor Neves, com letra do poeta Hipólito Lucena, retrata o passado e os anseios de Bagé;

Considerando que esse hino deve ser cantado por toda a população durante os festejos do Ano do Centenário;

Considerando que é de alta significação na vida de um povo, tais composições lítero-musicais;

Considerando, enfim, que Bagé não possui ainda Hino Municipal:

DECRETA:

Artigo Único - Fica oficializado o Hino de Bagé, composto pelo Maestro Vitor Neves, com letra do poeta Hipólito Lucena, revogadas as disposições em contrário".

Embora não localizados nos livros de Decretos e Leis Municipais o ato de oficialização do "Hino de Bagé", é certo que desde 1958 ele vem sendo cantado nas festas cívicas que se realizam no município.
Hino à cidade de Bagé
Letra - Hipólito Lucena
Música - Vitor Neves
Dos teus campos a linda verdura
Mostra a força, a grandeza, a pujança,
E na guerra, demonstra bravura
O teu filho, empunhando uma lança!
Ribombou no teu seio o canhão
Dos combates gravados na História!...
Revivemos, da glória, a canção.
Sons de sinos dobrando vitória

II
Estribilho
Em teu seio nasceram heróis
Que souberam honrar ao Brasil!
A grandeza da Pátria constróis,
Minha Terra, Bagé Varonil.

III
Junto ao cerro das bandas do Sul,
Tu te estendes alegre, garrida,
Minha terra, de céu tão azul,
Sentinela da Pátria querida!...

És rainha, sustentas a palma
De que tanto me orgulho e me ufano!
Retempero meu corpo e minh'alma
Ante o sopro feroz do minuano!...
IV
Estribilho
Em teu seio nasceram heróis,
Que souberam honrar ao Brasil!
A grandeza da Pátria constróis
Minha Terra, Bagé Varonil

Bandeira de Bagé

Em 17 de dezembro de 1963 o Presidente da República João Belchior Marques Goulart deveria visitar Bagé, para inaugurar a nova adutora, destinada a ampliar o sistema de abastecimento de água. Na oportunidade seria inaugurada uma placa alusiva, na Hidráulica Municipal. Exercia as funções de Diretor Geral da Prefeitura Municipal o Prof. Boaventura Mielle da Rosa, que entendeu se devesse utilizar um símbolo municipal para o descerramento da placa.

Dr. Tarcísio Taborda como idealizador do Brasão de Bagé, foi consultado e sugeriu que se ampliasse esse emblema sobre um retângulo irregular de cor branca, formando, assim, uma bandeira.

Coube a Sapiran Brito, confeccionar essa primeira bandeira de Bagé.

A partir de então esse emblema passou a ser desfraldado em muitos eventos cívicos.