Bagé era um vilarejo de pouco mais de uma centena de casinholas e ranchos em torno da Capela de São Sebastião quando eclodiu o movimento revolucionário farroupilha, em 1835.
O 2º Regimento de Cavalaria de 1ª Linha, com pouco mais de cem homens, sob o mando do capitão Jorge de Mazzarredo, fracionado em diferentes destacamentos, tinha dentro da vila poucos soldados, e além de seu comandante, o tenente Manoel Luiz Osório, um alferes e um sargento.
José Neto foi encarregado pela revolução para operar sobre Bagé e, aliciando elementos entre a tropa e civis, preparou uma marcha sobre a vila, desde o arroio Piraí, onde tinha sua chácara.
Sem elementos para enfrentar os atacantes, o capitão Mazarredo e o tenente Osório, com a tropa do regimento, retiraram-se para São Gabriel com a finalidade de fazer junção com o comandante das armas, marechal Sebastião Barreto.
Dissolvida a força legalista, dada a extensão tomada pela revolução no primeiro momento, Osório se apresentou a Bento Manoel, sendo destacado comandante da Fronteira de Bagé, para onde voltou à frente de seu próprio regimento.
A retirada de Fernando Braga para Rio Grande e a posse do 4º vice-presidente Marciano Ribeiro, enquanto se aguardava a nomeação de um novo presidente para a Província, permitiu que as hostilidades se concentrassem nos arredores da cidade marítima, enquanto todo o resto do Rio Grande do Sul vibrava com a vitória da insurreição.
Bagé também voltou à normalidade e Osório, comandante da fronteira, aproveitou a calmaria das armas para realizar seu casamento, no dia 15 de novembro de 1835, na Capela de São Sebastião.
Lugar da proclamação da República Rio-grandense e também Capital Farroupilha
Modificado o panorama político da Província com a chegada de Araújo Ribeiro para assumir a governança, Osório voltou aos quadros da legalidade e continuou em Bagé à frente do 2º Corpo, parte da Divisão da Direita do Exército Imperial.
Iniciado os movimentos militares, com o descontentamento dos rebeldes à solução da Regência, Bento Gonçalves se dirigiu para a região de Bagé e no arroio Piraí Grande concentra cerca de 1,8 mil correligionários (28 de fevereiro de 1836), mandando intimar o comandante Araújo Ribeiro a abandonar a província.
As terras que constituem o atual município de Bagé foram, então, nesse abrir de 1836, teatro de marchas de exércitos legais e rebeldes.
Daqui parte o imperial tenente coronel Antônio de Medeiros Costa, com 200 homens, encarregado por Manuel Bento a atuar nesta região, e por aqui passa João da Silva Tavares logo seguido por Bento Gonçalves da Silva.
“Bagé se torna uma vila abandonada,
ficando apenas poucas mulheres idosas”
(Um cronista da época, segundo Tarcísio Taborda)
Em 10 de setembro ocorreu o combate de Seival, entre a 1ª Brigada, ao mando do tenente coronel Antônio de Souza Neto e as forças legalistas de Silva Tavares. Foram vitoriosos os farroupilhas.
Neto, então, acampou às margens do Jaguarão, no campo dos Menezes, poucos quilômetros além da Colônia de Hulha Negra, onde proclamou a República Rio-grandense.
Sem nunca deixarem de transitar pelo município de Bagé, em dezembro de 1836, encontrou os rebeldes nas imediações do Passo Real de Candiota e o imperial Bento Manoel na Coxilha da Bolena, que voltou aos farrapos, preparando novos planos de ação.
A República Rio-grandense estabelecida em 6 de novembro de 1836, em Piratini, estava em organização e lançavam-se as bases jurídicas do novo Estado.
Organizando a república
Quando se iniciou o ano de 1838, Antônio de Souza Neto esteve em Bagé, com 400 soldados, de onde saiu em operação contra os imperiais. A vila vivendo em normalidade, depois de um ano de aparente paz, festejava o segundo aniversário do combate de Seival e o terceiro do início da revolução, com fogos e composições poéticas, tão ao gosto da época.
Enquanto a revolução se estendia para o norte, a campanha se dedicava às atividades produtivas, atendendo aos reclamos dos cofres da nação.
Sendo necessária a mudança da capital republicana, Bagé serviu de sede da administração do Estado Rio-grandense.
Os cuidados do ministro do Interior, Domingos José de Almeida, para a boa organização dos serviços públicos, propiciaram a instalação do Correio Geral da Nação, entre a capital e as principais cidades, sendo Genuíno Cezario Nunes escolhido administrador do correio local.
Cuidou-se da administração pública e Bagé recebeu o primeiro professor pago pelo novo governo.
Em 1840, os cidadãos de Bagé recolheram aos cofres do Tesouro da República 20 contos, 525 mil e 388 réis, correspondente aos impostos anuais.
Ao mesmo tempo, a administração republicana adotava diversas providências para oferecer benefícios ao povo e procurando se organizar juridicamente. Realizou eleições para deputados à Assembleia Constituinte e Legislativa do Estado Rio-grandense, em 1840. Nessas eleições foram apurados em Bagé 4 539 votos, elegendo por esta zona o padre Hildebrando de Freitas Pedroso, depois cura da Capela de São Sebastião.
Na primeira eleição da República
Rio-grandense Bagé teve
4 539 eleitores
A Capital
Proclamada a República Rio-grandense às margens do Arroio Jaguarão, no município de Bagé, logo a 6 de novembro de 1836, em Piratini, foi organizado o primeiro governo da nova república e instalada ali sua sede.
As ocorrências da guerra fizeram com que a 9 de janeiro de 1839 se deliberasse a mudança da capital para um ponto mais central e seguro, sendo designada a Vila de Caçapava para sediar o governo da República, que ali passa a ser estruturado administrativamente.
A tomada de Caçapava pelos imperiais em 21 de março de 1840, obrigando o governo a se retirar da vila, para retornar logo e ver os prejuízos causados pelo invasor, mostraram os riscos que estavam a correr, com a penetração dos imperiais na região da Campanha.
Até 22 de maio a capital permaneceu em Caçapava, mas a partir de então, e até se instalar em junho de 1842 na Vila do Alegrete, a sede do governo passou a ser o lugar onde estava o Tesouro. Por algum tempo ficou ambulante, voltou a Piratini, esteve em diversos pontos da república até chegar em São Gabriel. Depois, a partir dos primeiros dias do mês de agosto de 1841, a capital ficou em Bagé, onde Domingos José de Almeida, no Ministério da Fazenda, passa a tomar as providências para reorganizar o que se havia extraviado e perdido nessas andanças. Chega a instalar a tipografia e encomenda tipos de imprensa e óleo de linhaça para a tinta dos prelos, a fim de que volte a circular o órgão de informação da república. Em 15 de dezembro de 1841 a tipografia estava pronta. Enfim, em Bagé são instalados todos os serviços públicos dos ministérios.
Não só isso comprova ter sido Bagé Capital da República Rio-grandense. Em processo de justificação requerida por Domingos José de Almeida perante o Juízo dos Feitos da Fazenda Nacional, as assentadas com data de 16 e 18 de março de 1842, dizem “nesta Capital de Bagé” ou “nesta capital de São Sebastião de Bagé”.
Por outro lado, há uma variada correspondência datada de Bagé dirigida por Bento Gonçalves da Silva, como presidente da República e por ele respondida na mesma data, demonstrando sua atuação aqui no exercício do cargo mais alto, durante este período que vai de agosto de 1841 até abril de 1842.
Mas não é só nem por acaso que Bagé é a capital. Com a ocupação de São Borja pelos imperiais, a capital designada, Alegrete, não oferecia as condições de segurança adequada.
Por isso que a partir de 10 de julho de 1841 é deliberado sediar o Governo Republicano na Povoação de Bagé, e passam a se tomar as providências necessárias, como é possível observar pela correspondência ao capitão Joaquim Gomes de Araújo, Juiz de Paz de Bagé.
“Ilmo. Sr.
Tendo o governo de residir por algum tempo nessa povoação, haja V. Sa. de combinação com o cidadão Chefe Geral de Polícia a quem faço igual participação de prontificar casas para residência de S. Exia. o Sr. Presidente, secretarias, Tesouro, Trem de Guerra, Hospital e empregados. Deus guarde V. Sa. Secretaria do Interior e Fazenda encarregada do expediente da Justiça em São Gabriel, 10 de julho de 1841. Domingos José de Almeida.”
Guerra na Campanha
A luta continuava pela serra, mas em fevereiro de 1841, os farroupilhas desceram rumo a São Gabriel e o teatro de guerra se mudou para a campanha.
Os legalistas se concentraram em Cachoeira e o comandante das armas do Exército Imperial, general João Paulo dos Santos Barreto, entrou em Bagé a 22 de março de 1841.
Novas mudanças de gabinete ocorrem, com a substituição de dirigentes civil e militar da província no comando. De abril de 1841 a março de 1842, o governo imperial pouco consegue para terminar a luta armada, apenas vantagens parciais obtidas em ataques de surpresas.
O Barão de Caxias, presidente e comandante das armas, assume suas funções em Porto Alegre, a 9 de novembro de 1842. Ainda as forças rebeldes dominavam e ocupavam a campanha.
Depois de ter conhecido a situação geral da província, Caxias reorganizou as forças, redistribuiu os generais e desceu para a campanha a fim de dar combate sem trégua aos rebeldes. As incursões e perseguições que seguiram foram trazendo os farroupilhas, mal armados e mal municiados, para uma concentração sobre a fronteira, já que a pertinácia de Caxias não lhes dava chances de uma preparação de soldados e cavalos.
Quando Bento Manuel, pela margem esquerda, e Caxias, pela direita do Rio Santa Maria, rumam em direção a Bagé, Davi Canabarro, que comandava os farroupilhas, retrocedeu para Alegrete, fugindo a um encontro com os imperiais.
Os movimentos dos exércitos se estendem por toda a campanha, de Bagé a Alegrete.
As operações dos legalistas, em 1843, já haviam tirado das mãos dos rebeldes todas as povoações, e seus exércitos fracionados viam-se na contingência de entrar pelo Uruguai em busca de descanso e reunião.
Caxias, Manoel Marques de Souza e Bento Manuel deslocam-se em todos os sentidos para surpreender Canabarro, Bento Gonçalves e Antônio de Souza Neto.
Nas imediações de Bagé, sobre a fronteira, estavam Bento Gonçalves e João Antônio, com 800 homens, pretendendo entreter o exército imperial, enquanto o grosso, sob as ordens de Canabarro, operaria pela retaguarda.
Em Bagé estava grande parte da cavalhada farrapa.
Conseguindo afugentar todas as forças rebeldes, Caxias entrou pela Bolena a 1º de setembro, no dia seis estava no Candiotinha e no sete nas imediações da cidade, onde fez junção com Bento Manoel e o Marques de Souza.
Findo o ano de 1843, Caxias dominava toda a fronteira e sob suas imediatas ordens estendia-se uma de suas colunas do exército, entre Bagé e São Gabriel, enquanto as outras exerciam constante perseguição às forças rebeldes.
Diz João Cirne Lima (o proto historiador de Bagé, cita Tarcísio Taborda), que “já em 1843, desterrados os sustos, a população local que emigrara, foi-se recolhendo aos seus lares e o progresso começou obedecer às leis de seu desenvolvimento”.
Entre farrapos e imperiais
Durante o ano de 1844, as imediações de Bagé ora davam guarida a farrapos, ora a legalistas, ora a ambas as forças, que observavam à distância.
Em princípio de janeiro era Canabarro que fazia junção com Antônio Neto, perseguidos por Francisco Pedro de Abreu e Francisco Felix da Fonseca Pereira Pinto.
Em 30 de março, era Caxias que acampava a quatro léguas do povoado, à espera dos farroupilhas que para ali marchavam. Pouco depois é Francisco Pedro que, informado de que o rebelde coronel Antônio Manoel do Amaral estava em Bagé, marcha ao seu encontro. Em seguida é o mesmo Amaral que marcha à procura de Chico Pedro e o encontra e bate no Cerro da Palma. Pouco mais é Caxias que deixa o Piraí e vai em busca de Canabarro pelas bandas do Candiota. Logo é Caxias que volta até Bagé, onde entra a 26 de maio e se demora dois dias. Em julho é Canabarro que entra na província pelo arroio Hospitais vai ao Candiota e marcha sobre Bagé. Em outubro é Caxias que retoma a direção de Bagé e acampa entre os dois Piraís.
Exaustos estavam os farroupilhas com a luta que se prolongava, sem possibilidades de vitória.
Por outro lado, o momento internacional não era nada propício. Rivera, intrometendo-se nos problemas do Brasil, pretendia ser o aliciador da paz para colher vantagens políticas.
No entanto, o mau andamento das ações militares e a cisão entre os chefes, levou farrapos e imperiais a tratar da paz. Daí, Bento Gonçalves, em 22 de outubro de 1844, dirige-se por carta a Caxias pedindo uma conversa em Bagé, para onde acudiriam delegados credenciados.
Assim aconteceu. Antônio Vicente da Fontoura e o padre Francisco Chagas, pelos farroupilhas, vieram a Bagé, onde a 6 de novembro conferenciaram com Caxias e acertaram as medidas preliminares para a paz.
Voltando a nova conferência no dia 15 de novembro, deliberaram o embarque dos delegados e do representante de Caxias para o Rio de Janeiro a fim de debaterem as condições da paz.
Tendo esta região como o centro de todos os acontecimentos do ano é em Bagé que se abrigam os chefes da legalidade, depois de surpreenderem Canabarro, Neto e João Antônio no Cerro dos Porongos. É para Bagé que galopa Caxias com sua divisão para a conferência de paz e é aqui que, recebido pela população, é convidado a assistir um Te-Deum que se celebraria em ação de graças pelas vitórias alcançadas. Caxias manda que se dissesse missa pelas almas dos que morreram na guerra.
Segundo conta João Antônio Cirne**, Caxias ao se retirar de Bagé “deixou de guarnição o 8º Batalhão de Fuzileiros, do qual era chefe e comandante de fronteira o coronel Francisco Felix da Fonseca Pereira Pinto. Suspensas como então se achavam as garantias constitucionais, em razão do estado anômalo da Província, não havendo aqui autoridade alguma territorial ficou o coronel Pereira Pinto incumbido do governo civil. Jamais decidiu questão alguma entre o povo que não fosse baseado na justiça. Seus atos sempre tiveram o cunho da equidade e da retidão.”
Apesar das negociações, a luta continuava, embora menos intensa e só cessou, definitivamente, a 25 de fevereiro de 1845, quando todos os exércitos se concentraram nas proximidades de Ponche Verde. Ali, assinadas as atas e lançadas as proclamações, foi encerrada a mais duradoura revolução havida no Brasil.
No dia 2 de março, no meio do entusiasmo delirante do povo, entrava Caxias em Bagé, sob arcos triunfais.
A Revolução Farroupilha, que tivera seu ponto máximo em Bagé, com a proclamação da república, depois de ter incendiado toda a província, vinha encerrar seu ciclo com as festas da paz também em Bagé.
Fonte: Jornal Minuano 20/09/2013
Este é um blog criado apartir de minha dificuldade em encontrar material sobre a nossa Bagé disponível na internet... é colhido de livros de historiadores locais... peço a colaboração de quem visualizar o blog que dê sugestões, ajuda, envie fotos, para enriquecermos mais este espaço!!! Bagé tem uma história linda e merece ser divulgada!!!
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
Dom Diogo Martin Afonso de Souza Telles
Conforme a historiadora e pesquisadora Elizabeth Macedo Fagundes, o fundador de Bagé, Dom diogo de Souza, Conde de Rio Pardo, nasceu em Lisboa, a 17 de maio de 1755. Era doutor em Matemática pela universidade de Coimbra e General do Exército Português, já tendo sido Capitão- General em Moçambique e capitão-general no Maranhão. Veio para o sul com uma missão essencialmente militar; mas mostrou se hábil em administração, proporcionando várias melhorias em Porto Alegre, onde foi nomeado primeiro Capitão- General da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul. Em sua ação administrativa implantou os municípios de Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Rio Pardo e Bagé.
Durante sua administração, na província ocorreram movimentos revolucionários das colônias espanholas do Prata, que geraram intervenção naqueles domínios e coube a ele organizar o Exercito Pacificador da Banda Oriental. Nessa missão passou pelo território hoje pertencente ao município de Bagé, vilarejo que fundou entre as paradas de renovação das possibilidades de atividades militares em terras Uruguaias.
No mesmo ano que fundou Bagé, Dom Diogo de Souza foi nomeado Marechal de Campo. Ao deixar o governo da Província de São Pedro recolheu-se à corte no Rio de Janeiro e, em 1815, recebeu o título de Conde de Rio Pardo.
Morreu em Lisboa, aos 74 anos, no dia 12 de julho de 1829.
Sociedade Espírita Bom Samaritano
Foi fundada no dia 4 de agosto de 1954. É uma sociedade civil, religiosa, de direito privado com personalidade jurídica filiada a Federação Espírita do Rs.
A sociedade mantém departamento de: cultura espiritual, difusão, evangelização e de ação social, que tem como finalidade distribuir àspessoas carentes, alimentos, vestuário, calçados, etc.
é a mantenedora a Escola Dr. Vasco da Gama e Silva, idealizada pelo engenheiro Vasco da Gama, que faleceu antes do término do prédio.
A obra foi finalizada pelo Sr. Ney Paiva, em 1962.
Hino
Hino |
Por ocasião das comemorações do Centenário da elevação de Bagé a Comarca e Cidade (1958 -1959), foram promovidas muitas celebrações, e o poeta Hipólito Lucena compôs um poema que denominou "Hino à Cidade de Bagé", musicado pelo maestro Vitor Neves. Em 10 de dezembro de 1958, Hipólito Lucena encaminhou ao Prefeito Municipal, em exercício, Dr. Luiz Maria Ferraz, Presidente da Câmara de Vereadores, o seguinte ofício: "Nesta data estou remetendo à Comissão Central e Executiva dos Festejos do Centenário de Bagé, o HINO À CIDADE DE BAGÉ, cuja letra e música deposito nas mãos de V S. para que também tome conhecimento da iniciativa nossa, em colaboração com V.S. e para que fique, nessa Prefeitura, se for oficializado o trabalho". Noticiou o Correio do Sul que o Prefeito Municipal, havia oficializado o "Hino à Cidade de Bagé" e teve divulgação o seguinte texto do Decreto alusivo, datado de 22 de dezembro, de 1958: "O Dr. Luiz Maria Ferraz, Prefeito Municipal de Bagé em exercício, no uso de suas obrigações legais, Considerando que o Hino de Bagé composto pelo Maestro Vitor Neves, com letra do poeta Hipólito Lucena, retrata o passado e os anseios de Bagé; Considerando que esse hino deve ser cantado por toda a população durante os festejos do Ano do Centenário; Considerando que é de alta significação na vida de um povo, tais composições lítero-musicais; Considerando, enfim, que Bagé não possui ainda Hino Municipal: DECRETA: Artigo Único - Fica oficializado o Hino de Bagé, composto pelo Maestro Vitor Neves, com letra do poeta Hipólito Lucena, revogadas as disposições em contrário". Embora não localizados nos livros de Decretos e Leis Municipais o ato de oficialização do "Hino de Bagé", é certo que desde 1958 ele vem sendo cantado nas festas cívicas que se realizam no município. |
Hino à cidade de Bagé |
Letra - Hipólito Lucena Música - Vitor Neves Dos teus campos a linda verdura Mostra a força, a grandeza, a pujança, E na guerra, demonstra bravura O teu filho, empunhando uma lança! Ribombou no teu seio o canhão Dos combates gravados na História!... Revivemos, da glória, a canção. Sons de sinos dobrando vitória II Estribilho Em teu seio nasceram heróis Que souberam honrar ao Brasil! A grandeza da Pátria constróis, Minha Terra, Bagé Varonil. III Junto ao cerro das bandas do Sul, Tu te estendes alegre, garrida, Minha terra, de céu tão azul, Sentinela da Pátria querida!... És rainha, sustentas a palma De que tanto me orgulho e me ufano! Retempero meu corpo e minh'alma Ante o sopro feroz do minuano!... IV Estribilho Em teu seio nasceram heróis, Que souberam honrar ao Brasil! A grandeza da Pátria constróis Minha Terra, Bagé Varonil |
Bandeira de Bagé
Em 17 de dezembro de 1963 o Presidente da República João Belchior Marques Goulart deveria visitar Bagé, para inaugurar a nova adutora, destinada a ampliar o sistema de abastecimento de água. Na oportunidade seria inaugurada uma placa alusiva, na Hidráulica Municipal. Exercia as funções de Diretor Geral da Prefeitura Municipal o Prof. Boaventura Mielle da Rosa, que entendeu se devesse utilizar um símbolo municipal para o descerramento da placa.
Dr. Tarcísio Taborda como idealizador do Brasão de Bagé, foi consultado e sugeriu que se ampliasse esse emblema sobre um retângulo irregular de cor branca, formando, assim, uma bandeira.
Coube a Sapiran Brito, confeccionar essa primeira bandeira de Bagé.
A partir de então esse emblema passou a ser desfraldado em muitos eventos cívicos.
Dr. Tarcísio Taborda como idealizador do Brasão de Bagé, foi consultado e sugeriu que se ampliasse esse emblema sobre um retângulo irregular de cor branca, formando, assim, uma bandeira.
Coube a Sapiran Brito, confeccionar essa primeira bandeira de Bagé.
A partir de então esse emblema passou a ser desfraldado em muitos eventos cívicos.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Cadeia civil - Atual Mercado Público Municipal
Até 1830, a pequena povoação de Bagé não tinha cadeia civil e só em 1832 foi adquirido, para servir de prisão, o velho prédio situado na Av. 7 de Setembro, entre as ruas Conde de Porto Alegre e João Manuel. O prédio pertencia ao capitão Ricardo de Mello Albuquerque, e foi vendido a municipalidade por 3.000.000 de Réis, efetuando- se reformas para adequá-lo a cadeia, com ajuda da população.
O art. 3º do 1º registro da Câmara de Vereadores- 1847 diz: Os habitantes de nosso município, coadjuvados pela respectiva Câmara e Cadeia.
No livro da Décimas do Município, no ano de 1893, há uma referência da Cadeia Velha na rua 7 de Setembro, 36 ( numeração antiga). Provavelmente seria o atual prédio do restaurante Velho Capitão.
Por diversas vezes, o governo da Província mandou levantar plantas para a edificação de uma nova cadeia, mas ficaram só no projeto.
Em 1900, quando ficou pronto o prédio da Intendência, nele começou a funcionar a nova cadeia. Mais tarde, por necessidade de mais espaço, mudou- se para a Praça Duque de Caxias, no local do atual Mercado Público de Bagé.
O art. 3º do 1º registro da Câmara de Vereadores- 1847 diz: Os habitantes de nosso município, coadjuvados pela respectiva Câmara e Cadeia.
No livro da Décimas do Município, no ano de 1893, há uma referência da Cadeia Velha na rua 7 de Setembro, 36 ( numeração antiga). Provavelmente seria o atual prédio do restaurante Velho Capitão.
Por diversas vezes, o governo da Província mandou levantar plantas para a edificação de uma nova cadeia, mas ficaram só no projeto.
Em 1900, quando ficou pronto o prédio da Intendência, nele começou a funcionar a nova cadeia. Mais tarde, por necessidade de mais espaço, mudou- se para a Praça Duque de Caxias, no local do atual Mercado Público de Bagé.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Casa de Pedra
É um dos prédios mais antigos da cidade. Fica localizado no ínício da Av. 7 de Setembro, Segundo o jornal Correio do Sul, de 17 de novembro de 1946, há uma referência de que o sobrado de pedra e a Matriz de São Sebastião seriam da mesma época (1870).
Observando uma foto da Matriz de São Sebastião, ainda com as marcas de balas da revolução de 1893, pode se ver no fundo o Sobrado de Pedra.
Existem vária estórias sobre esta velha casa de pedra. Não se tem informações sobre seu construtor e proprietário.
Morou muitos anos na casa, a Sra Soledade Pradie, parteira.
Observando uma foto da Matriz de São Sebastião, ainda com as marcas de balas da revolução de 1893, pode se ver no fundo o Sobrado de Pedra.
Existem vária estórias sobre esta velha casa de pedra. Não se tem informações sobre seu construtor e proprietário.
Morou muitos anos na casa, a Sra Soledade Pradie, parteira.
domingo, 25 de agosto de 2013
São Sebastião Padroeiro de Bagé
FERIADO MUNICIPAL - 20 DE JANEIRO
A imagem de São Sebastião foi trazida por militares para Bagé em 1812, proveniente da antiga guarda de São Sebastião (distrito de Dom Pedrito).
São Sebastião foi um soldado romano no fim do século III, merecendo sempre devoção dos militares, tanto no Brasil quanto em Portugal. Foi escolhido para Patrono dos Soldados
Abandonado cAbandonado comoNasceu na França, tornano- se cidadão romano mais tarde, fazendo parte da Guarda Imperial do Dioclesiano- Ûltimo imperador Romano
a perseguir os cristãos. Diocleciano tentou convencê-lo , através de ameaças, mas não conseguiu defendê-lo desistir da idéia de defender os cristãos.Foi preso e entregue a um pelotão de soldados que o amarraram a uma árvore e o executaram com golpes de flechas.
Abandonado como morto, foi socorrido por alguns fiéis. Recuperado, retornou ao Palácio Imperial para tentar dissuadir o Imperador de perseguir os cristãos. Diocleciano mandou prendê-lo novamente e ordenassem a golpes de espada.
Foi sepultado na Via Ápia antiga, em Roma, na Itália. No local tempos depois foi edificada a Basílica de São Sebastião.
As primeiras homenagens a São Sebastião, em Bagé, aconteceram em 1813 e somente foram interrompidas, em torno de 1884 e durante a Revolução de 1893. Após a Revolução Federalista, as comemorações retornaram.
Dia 20 de janeiro é comemorado o dia de São Sebastião. Após uma procissão, uma missa festiva os fiéis se reúnem na Catedral de São Sebastião de Bagé.
No Brasil existem 298 paróquias, que tem São Sebastião como padroeiro. Ele é invocado contra a peste, fome e a guerra.
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A imagem de São Sebastião foi trazida por militares para Bagé em 1812, proveniente da antiga guarda de São Sebastião (distrito de Dom Pedrito).
São Sebastião foi um soldado romano no fim do século III, merecendo sempre devoção dos militares, tanto no Brasil quanto em Portugal. Foi escolhido para Patrono dos Soldados
Abandonado cAbandonado comoNasceu na França, tornano- se cidadão romano mais tarde, fazendo parte da Guarda Imperial do Dioclesiano- Ûltimo imperador Romano
a perseguir os cristãos. Diocleciano tentou convencê-lo , através de ameaças, mas não conseguiu defendê-lo desistir da idéia de defender os cristãos.Foi preso e entregue a um pelotão de soldados que o amarraram a uma árvore e o executaram com golpes de flechas.
Abandonado como morto, foi socorrido por alguns fiéis. Recuperado, retornou ao Palácio Imperial para tentar dissuadir o Imperador de perseguir os cristãos. Diocleciano mandou prendê-lo novamente e ordenassem a golpes de espada.
Foi sepultado na Via Ápia antiga, em Roma, na Itália. No local tempos depois foi edificada a Basílica de São Sebastião.
As primeiras homenagens a São Sebastião, em Bagé, aconteceram em 1813 e somente foram interrompidas, em torno de 1884 e durante a Revolução de 1893. Após a Revolução Federalista, as comemorações retornaram.
Dia 20 de janeiro é comemorado o dia de São Sebastião. Após uma procissão, uma missa festiva os fiéis se reúnem na Catedral de São Sebastião de Bagé.
No Brasil existem 298 paróquias, que tem São Sebastião como padroeiro. Ele é invocado contra a peste, fome e a guerra.
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Antigos nomes de ruas de Bagé
Rua do Portao-------------------------------------------------- 7 de setembro
Largo do Conde------------------------------------------------Praça Rio Branco (dos Esportes)
Rua do Pinheiro----------------------------------------------- Salgado Filho e Flores da Cunha
Praça das Trincheiras -------------------------------------- Atual colégio Justino Quintana
Rua do Couto --------------------------------------------------Almirante Gonçalves
Rua do Comércio ---------------------------------------------Barão do Amazonas
Rua da Castanheira ------------------------------------------Gal João Manuel
Rua da Condessa-----------------------------------------------Conde de Porto Alegre
Rua da S Bárbara --------------------------------------------- General Osório
Rua das Trincheiras ------------------------------------------Barão do Triunfo
Rua Santa Clara -----------------------------------------------General Neto
Rua Sant'Ana----------------------------------------------------Marcílio Dias
Rua do Conde ---------------------------------------------------General Sampaio
Praça do Conde- Do mercado e Voluntários da Pátria- Atual Silveira Martins
Rua Monteiro ---------------------------------------------------- Dr Penna
Rua Alegre --------------------------------------------------------Bento Gonçalves
Rua Direita -------------------------------------------------------Ismael Soares
Rua da Aurora----------------------------------------------------João Telles
Rua de São Sebastião ----------------------------------------Marechal Floriano
Praça do Quartel ----------------------------------------------Praça Júlio de Castilhos
Beco do Bordalho ---------------------------------------------Rua Santos Souza
Rua Santa Tecla ----------------------------------------------Félix da Cunha e Presidente Vargas
Rua do Rosário ------------------------------------------------CarlosMangabeira
Rua do Imperador----------------------------------------------Dr Veríssimo
Praça da República- Praça das Carretas ---------------Praça João Pessoa
Largo do Conde------------------------------------------------Praça Rio Branco (dos Esportes)
Rua do Pinheiro----------------------------------------------- Salgado Filho e Flores da Cunha
Praça das Trincheiras -------------------------------------- Atual colégio Justino Quintana
Rua do Couto --------------------------------------------------Almirante Gonçalves
Rua do Comércio ---------------------------------------------Barão do Amazonas
Rua da Castanheira ------------------------------------------Gal João Manuel
Rua da Condessa-----------------------------------------------Conde de Porto Alegre
Rua da S Bárbara --------------------------------------------- General Osório
Rua das Trincheiras ------------------------------------------Barão do Triunfo
Rua Santa Clara -----------------------------------------------General Neto
Rua Sant'Ana----------------------------------------------------Marcílio Dias
Rua do Conde ---------------------------------------------------General Sampaio
Praça do Conde- Do mercado e Voluntários da Pátria- Atual Silveira Martins
Rua Monteiro ---------------------------------------------------- Dr Penna
Rua Alegre --------------------------------------------------------Bento Gonçalves
Rua Direita -------------------------------------------------------Ismael Soares
Rua da Aurora----------------------------------------------------João Telles
Rua de São Sebastião ----------------------------------------Marechal Floriano
Praça do Quartel ----------------------------------------------Praça Júlio de Castilhos
Beco do Bordalho ---------------------------------------------Rua Santos Souza
Rua Santa Tecla ----------------------------------------------Félix da Cunha e Presidente Vargas
Rua do Rosário ------------------------------------------------CarlosMangabeira
Rua do Imperador----------------------------------------------Dr Veríssimo
Praça da República- Praça das Carretas ---------------Praça João Pessoa
sábado, 24 de agosto de 2013
Fundação de Bagé
A região onde hoje se localiza a cidade de Bagé estava, em fins do século XVIII, sob a jurisdição de autoridades espanholas do Rio da Prata.
Em 1801, Portugal e Espanha entraram em guerra. A luta entre os dois povos porpagou- se a América. O português José Borges do Canto invade o território das Missões e, em pouco tempo, conquista-o para a Coroa Portuguesa. Ao sul, forças portuguesas transpõem as velhas fronteiras do território de São Pedro, acometem o inimigo, levam-no por diante, até Cerro Largo, arrebentando, por essa forma, ao domínio espanhol, extensa região da qual faziam parte os rincões de Santa Tecla e Cavalhada.
A guerra na Europa terminou em 1801, e a paz foi celebrada pelo tratado de Badajós, sem restituição de territórios conquistados pelos portugueses na América.
Foi assim, que os rincões de Santa Tecla e Cavalhada passaram a pertencer a Portugal. Anos depois, este último rincão, o da Cavalhada, foi arrendada por José Muniz Fagundes.
É o que se vê no respectivo termo de arrendamento:
Aos vinte e um dias do mês de agosto de mil oitocentos e cinco, nesta cidade de Porto Alegre, no Tribunal da Junta da Real Fazenda desta capitania, estando presente o Exmo. Presidente e mais deputados, mandou a mesma junta trazer a pregão em praça pública o arrendamento do Rincão da Cavalhada, que foi de Sua Majestade Católica e hoje pertence a Sua Alteza Real, imediato ao de Santa Tecla, que terá duas léguas de comprido e légua e quarto de largo, tomada aos espanhóis na próxima passada guerra de mil e oitocentos e um, para o efeito de arrendar a quem por ele mais desse, tendo andado a laços em praça mais dos dias da lei, maior lance que houve foi o que ofereceu José Francisco Muniz Fagundes da quantia de quatrocentos mil réis por tempo de seis anos etc...
Mas, em 1810, este rincão e o de Santa Tecla passaram ao domínio particular, em virtude de D. João VI os ter concedido ao vice almirante Paulo José da Silva Gama . A concessão foi feita ao título de compensação, por ter suprimido uma pensão que o mesmo vice-almirante,depois Barão de Bagé, recebia do erário real.
O decreto dispõe a respeito:
Atendendo ao que me representou Paulo José da Silva Gama, vice almirante da minha Real Armada: _ Hei por bem e por graça especial que não servirá de exemplo, fazer-lhê mercê da propriedade dos rincões de Santa Tecla e Cavalhada no Rio Grande de São Pedro do Sul, em compensação da tença (pensão periódica) de trezentos mil réis anuais que leva na Folha na Casa das Carnes de Lisboa; cujo vencimento ficará cessado da data deste em diante. O conselho da Fazenda o tenha assim entendido e faça executar com os despachos necessários mandando passar ao dito Paulo José da Silva Gamaos componentes títulos sem embargos de quaisquer leis, regulamentos ou disposições em contrário. Palácio do Rio de Janeiro. Em 5 de junho de 1810. Com rúbrica do Príncipe Regente.
Em janeiro de 1811, o Marechal de Campo Manoel Marques de Souza chegou ao local, escolhido por Do Diogo, aos pés dos Cerros de Bagé, para organizar um acampamento.
O exército tinha cerca de três mil homens, uma parte pertencente à força que transmigara para o Brasil, outras, os Dragões e uma terceira, o Regimento de Cavalaria Ligeira Sul Rio-grandense. Formou se então o acampamento. Uma das primeiras medidas tomada foi a construção de um hospital de pau a pique e um armazém. Neste hospital, cirurgiões de cada ma das colunas do Exército Pacificador, passara a ter atuação durante alguns meses: José Antônio de Marcos Neto, Emídio Joaquim de Oliveira e um velho cirurgião que tratava os doentes com ervas.
Em 17 de julho de 1811 (data da fundação de Bagé) o Exército Brasileiro Luso- Brasileiro deixou o acampamento , em direção ao Cerro Largo, levando dez mil cavalos e dois mil bois. Ao ir embora, o exército enfrentou uma série de dificuldades; era inverno, fazia muito frio, e os caminhos estavam muito ruins, por causa da chuva. Dom Diogo resolveu então então deixar em Bagé, parte dos soldados, alguns doentes ( cerca de 75 doentes), comerciantes e mulheres que o haviam até aqui. Ao partir Dom Diogo nomeou o Tenente Pedro Fagundes de Oliveira, que até então comandava a guarda de São Sebastião, para manter a ordem no acampamento de Bagé.
No local do acampamento, começou a surgir uma vila, com muitos ranchos de torrão cobertos de palha, que oferecia melhores recursos de água, lenha e proteção natural do que o aldeamento que já havia junto à antiga Guarda de São Sebastião, o que os levou a transferirem-se para o nascente vilarejo.
De acordo com o documento assinado pelo Príncipe Regente, a região da cavalhada pertencia ao Barão de Bagé. Porém, ele não tomou posse, nem registrou suas terras. Segundo alguns registros, ele (ou algum herdeiro?) arrendou, as terras para Boaventura Rodrigues de Barcellos (até 1833).
Alguns anos mais tarde, em 1856, o Coronel Teodoro da Silva Gama, na qualidade de descendente do Barão de Bagé, solicito a medição das terras.
Em 1801, Portugal e Espanha entraram em guerra. A luta entre os dois povos porpagou- se a América. O português José Borges do Canto invade o território das Missões e, em pouco tempo, conquista-o para a Coroa Portuguesa. Ao sul, forças portuguesas transpõem as velhas fronteiras do território de São Pedro, acometem o inimigo, levam-no por diante, até Cerro Largo, arrebentando, por essa forma, ao domínio espanhol, extensa região da qual faziam parte os rincões de Santa Tecla e Cavalhada.
A guerra na Europa terminou em 1801, e a paz foi celebrada pelo tratado de Badajós, sem restituição de territórios conquistados pelos portugueses na América.
Foi assim, que os rincões de Santa Tecla e Cavalhada passaram a pertencer a Portugal. Anos depois, este último rincão, o da Cavalhada, foi arrendada por José Muniz Fagundes.
É o que se vê no respectivo termo de arrendamento:
Aos vinte e um dias do mês de agosto de mil oitocentos e cinco, nesta cidade de Porto Alegre, no Tribunal da Junta da Real Fazenda desta capitania, estando presente o Exmo. Presidente e mais deputados, mandou a mesma junta trazer a pregão em praça pública o arrendamento do Rincão da Cavalhada, que foi de Sua Majestade Católica e hoje pertence a Sua Alteza Real, imediato ao de Santa Tecla, que terá duas léguas de comprido e légua e quarto de largo, tomada aos espanhóis na próxima passada guerra de mil e oitocentos e um, para o efeito de arrendar a quem por ele mais desse, tendo andado a laços em praça mais dos dias da lei, maior lance que houve foi o que ofereceu José Francisco Muniz Fagundes da quantia de quatrocentos mil réis por tempo de seis anos etc...
Mas, em 1810, este rincão e o de Santa Tecla passaram ao domínio particular, em virtude de D. João VI os ter concedido ao vice almirante Paulo José da Silva Gama . A concessão foi feita ao título de compensação, por ter suprimido uma pensão que o mesmo vice-almirante,depois Barão de Bagé, recebia do erário real.
O decreto dispõe a respeito:
Atendendo ao que me representou Paulo José da Silva Gama, vice almirante da minha Real Armada: _ Hei por bem e por graça especial que não servirá de exemplo, fazer-lhê mercê da propriedade dos rincões de Santa Tecla e Cavalhada no Rio Grande de São Pedro do Sul, em compensação da tença (pensão periódica) de trezentos mil réis anuais que leva na Folha na Casa das Carnes de Lisboa; cujo vencimento ficará cessado da data deste em diante. O conselho da Fazenda o tenha assim entendido e faça executar com os despachos necessários mandando passar ao dito Paulo José da Silva Gamaos componentes títulos sem embargos de quaisquer leis, regulamentos ou disposições em contrário. Palácio do Rio de Janeiro. Em 5 de junho de 1810. Com rúbrica do Príncipe Regente.
Em janeiro de 1811, o Marechal de Campo Manoel Marques de Souza chegou ao local, escolhido por Do Diogo, aos pés dos Cerros de Bagé, para organizar um acampamento.
O exército tinha cerca de três mil homens, uma parte pertencente à força que transmigara para o Brasil, outras, os Dragões e uma terceira, o Regimento de Cavalaria Ligeira Sul Rio-grandense. Formou se então o acampamento. Uma das primeiras medidas tomada foi a construção de um hospital de pau a pique e um armazém. Neste hospital, cirurgiões de cada ma das colunas do Exército Pacificador, passara a ter atuação durante alguns meses: José Antônio de Marcos Neto, Emídio Joaquim de Oliveira e um velho cirurgião que tratava os doentes com ervas.
Em 17 de julho de 1811 (data da fundação de Bagé) o Exército Brasileiro Luso- Brasileiro deixou o acampamento , em direção ao Cerro Largo, levando dez mil cavalos e dois mil bois. Ao ir embora, o exército enfrentou uma série de dificuldades; era inverno, fazia muito frio, e os caminhos estavam muito ruins, por causa da chuva. Dom Diogo resolveu então então deixar em Bagé, parte dos soldados, alguns doentes ( cerca de 75 doentes), comerciantes e mulheres que o haviam até aqui. Ao partir Dom Diogo nomeou o Tenente Pedro Fagundes de Oliveira, que até então comandava a guarda de São Sebastião, para manter a ordem no acampamento de Bagé.
No local do acampamento, começou a surgir uma vila, com muitos ranchos de torrão cobertos de palha, que oferecia melhores recursos de água, lenha e proteção natural do que o aldeamento que já havia junto à antiga Guarda de São Sebastião, o que os levou a transferirem-se para o nascente vilarejo.
De acordo com o documento assinado pelo Príncipe Regente, a região da cavalhada pertencia ao Barão de Bagé. Porém, ele não tomou posse, nem registrou suas terras. Segundo alguns registros, ele (ou algum herdeiro?) arrendou, as terras para Boaventura Rodrigues de Barcellos (até 1833).
Alguns anos mais tarde, em 1856, o Coronel Teodoro da Silva Gama, na qualidade de descendente do Barão de Bagé, solicito a medição das terras.
Cerros de Bagé
Escreveu sempre o Professor Tarcísio Taborda que, embora os historiadores não tenham chegado a uma conclusão definitiva sobre a origem de Bagé, certo é que seus "cerros" a elas estão diretamente ligados. Outro aspecto que deve ser lembrado é que há também os que acreditam na existência do Índio Ibagé, dizendo que os cerros abrigavam sua taba.
O nascimento de Bagé foi na beira do Passo do Príncipe, pois aquele arroio é o que fica mais ao sopé dos cerros, e a rua do Acampamento, desde os tempos imemoráveis, é aquele que vai ao Passo do Príncipe.
Para concluir é importante esclarecer a Cruz no alto do Cerro, que nada tem a ver com a lenda do índio Ibajé e não assinala nenhum túmulo.
Essa cruz foi colocada no cerro por Monsenhor Constabile Hipolito, em 1932. Era para ser erguida no final da Revolução de 1930, como uma celebração da Conquista da Paz, porém por diversas vezes, foi adiado por diversos problems, sendo concretizado 2 anos depois.
O nascimento de Bagé foi na beira do Passo do Príncipe, pois aquele arroio é o que fica mais ao sopé dos cerros, e a rua do Acampamento, desde os tempos imemoráveis, é aquele que vai ao Passo do Príncipe.
Para concluir é importante esclarecer a Cruz no alto do Cerro, que nada tem a ver com a lenda do índio Ibajé e não assinala nenhum túmulo.
Essa cruz foi colocada no cerro por Monsenhor Constabile Hipolito, em 1932. Era para ser erguida no final da Revolução de 1930, como uma celebração da Conquista da Paz, porém por diversas vezes, foi adiado por diversos problems, sendo concretizado 2 anos depois.
Origem de Bagé
Souza Docca dá como etimologia de Bagé a corruptela de Ibajé. O mesmo acontece no Dicionário Geográfico Histórico e Estatístico do Rio Grande do Sul, de Otávio Augusto de Faria, e no livro Missões Orientais e seus antigos domínios, de Hemetério Veloso da Silveira.
Alguns autores admitem a existência do Índio Ibajé, como Áttila Taborda e Rafael Dante Garrastazú. Enquanto isso, outros como Mansueto Bernardi, que pesquisou a etimologia de Bagé, afirma que os demarcadores não ouviram qualquer referência ao índio Ibajé.
Félix Contreiras Rodrigues registra também, Bagg, lugar de onde se volta, lugar ao extremo, concluindo que os cerros de Bagé eram os lugares extremos até onde iam os guaranis e de onde voltavam, para não encontrar os charuas que viviam nesta região.
O primeiro registro do nome de Bagé data de 1776, quando da retirada das tropas espanholas que se achavam em Santa Tecla. D luiz Ramires em seu diário de Marcha, diz que havia acampado nos " Zerros de Balles".
Os portugueses se referiam aos Serros de Bayes e os espanhóis ao Zerro de Balles. Como deveria ser escrito Bagé ou Bajé?
De acordo com Rubem Ribeiro Saguier, mestre no idioma guarani a ausência de escrita fez possivelmente que muitos fonemas fossem adulterados quando se fez a transcrição para outras línguas, como para o espanhol e o português, por falta d equivalência.
Até 1827, as referências espanholas desta cidade eram escritas como Balles ou Valles e as portuguesas como Bajé.
Alguns autores admitem a existência do Índio Ibajé, como Áttila Taborda e Rafael Dante Garrastazú. Enquanto isso, outros como Mansueto Bernardi, que pesquisou a etimologia de Bagé, afirma que os demarcadores não ouviram qualquer referência ao índio Ibajé.
Félix Contreiras Rodrigues registra também, Bagg, lugar de onde se volta, lugar ao extremo, concluindo que os cerros de Bagé eram os lugares extremos até onde iam os guaranis e de onde voltavam, para não encontrar os charuas que viviam nesta região.
O primeiro registro do nome de Bagé data de 1776, quando da retirada das tropas espanholas que se achavam em Santa Tecla. D luiz Ramires em seu diário de Marcha, diz que havia acampado nos " Zerros de Balles".
Os portugueses se referiam aos Serros de Bayes e os espanhóis ao Zerro de Balles. Como deveria ser escrito Bagé ou Bajé?
De acordo com Rubem Ribeiro Saguier, mestre no idioma guarani a ausência de escrita fez possivelmente que muitos fonemas fossem adulterados quando se fez a transcrição para outras línguas, como para o espanhol e o português, por falta d equivalência.
Até 1827, as referências espanholas desta cidade eram escritas como Balles ou Valles e as portuguesas como Bajé.
Brasão de Bagé
Idealizado pelo historiador Tarcísio Antônio Costa Taborda e desenhado pelo artista bageense Ìrio Malafaia.
Trata-se de um brasão português partido em faixa azul e prata. No campo superior que é azul está uma fortaleza. Em ouro, lembrando Sta Tecla. Os Cerros de Bagé, no campo inferior, que é de prata, são de cor verde, e de quatro torres, que em heráldica designa uma cidade grande e fortificada. Sob esse conjunto, um listel vermelho traz a inscrição - 1811 Bagé-
O conjunto de esmaltes e metais, relembra as cores nacionais e rio grandenses, sendo que a lealdade do povo bageense às instituições está representada pelo azul: prata designa seu caráter nobre e altivo; o verde diz a fertilidade e riqueza de nossos campos; o ouro, o ardor e a força dos filhos de Bagé, e o vermelho a coragem e a generosidade demonstrada pela nossa gente no oferecimento de seu sangue para a defesa da pátria.
Bagé
É um município da Microrregião da Campanha Meridional, na Mesorregião do Sudoeste Rio-grandense, no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Localiza-se próximo ao Rio Camaquã. A altitude média da cidade é de 212 metros acima do nível do mar.
Sua economia é baseada na agricultura, pecuária e no comércio local. Possui duas universidades particulares: a Universidade da Região da Campanha e o Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai/Anglo-Americano ; uma universidade federal, a Universidade Federal do Pampa; um instituto federal, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. É marcante no município, desde sua fundação, a presença do Exército, por ser cidade de fronteira: é sede da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada e, atualmente, conta com quatro quartéis e um hospital militar (que atende toda a região), para além de uma unidade da Justiça Militar.
Bagé é conhecida pela Festa Internacional do Churrasco, a maior festa deste tipo no Brasil, por onde circulam cerca de 60 000 pessoas em quatro dias de duração. Paralelamente, acontece a festa campeira, que está em sua 3ª edição. Bagé é mormente conhecida pela Semana Crioula Internacional, que ocorre sempre no mês de abril, com grande competição de gineteadas. É sede, também, da exposição-feira rural mais antiga do país, a Expo-feira de Bagé, que no ano de 2010 realizou a sua 98ª edição.
Promove também grandes leilões de cavalos da raça "puro sangue inglês", criados nos vários haras da região, os melhores do Brasil, segundo os especialistas. Acorrem a esses leilões turfistas brasileiros e principalmente estrangeiros, que levam os melhores produtos pagos a alto preço. Assim, Bagé é uma grande exportadora de cavalos de corrida, trazendo divisas para o Brasil.
Bagé possui um clima que tanto pode ser enquadrado no tipo subtropical ou temperado, com verões tépidos (com altas temperaturas durante o dia e temperaturas amenas à noite) e invernos relativamente frios, com geadas freqüentes e queda de neve em ocasiões memoráveis. As precipitações costumam ser regularmente distribuídas durante o ano, mas secas esporádicas podem ocorrer. De acordo com a classificação do clima de Köppen, o clima do município é do tipo Cfa.
A temperatura média anual é de 18 graus centígrados. O mês mais frio é julho, com temperatura média de 12 graus centígrados, enquanto janeiro, o mês mais quente, tem média de 24 graus centígrados. Quanto às precipitações, o volume médio anual é de 1 472 milímetros. O mês considerado mais chuvoso é setembro, com média de 150 milímetros, e os meses menos chuvosos são abril e maio, com média de 104 milímetros.
Em 2010, Bagé possuía 116 794 habitantes. e uma densidade demográfica de 28,52 hab/km² em 2008 12 Esta população divide-se entre a zona urbana e a zona rural da cidade, sendo que a população urbana (em 2010) era de 97 765 habitantes e a população rural (também em 2010) atingia a marca de 19 029 habitantes, sendo que a taxa de urbanização é de 83,70%. Em 2000, a expectativa de vida ao nascer era de 70,68 anos e o coeficiente de mortalidade infantil era de 7,78 em 2008. O índice de desenvolvimento humano de Bagé, em 2010, era de 0,895. Segundo a classificação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o município está entre as regiões consideradas de alto desenvolvimento humano. A taxa de analfabetismo no município (até 2010) era de 4,93 por cento.
Bairros
Central | Norte | Sul | Leste | Oeste | Norte/Centro |
---|---|---|---|---|---|
Centro | Santa Tecla | São José | São Judas | Bairro Menino Deus | São Bernardo |
-- | Bairro União | Tiarajú | Santa Tereza | Arvorezinha | São João ,sao jorge |
-- | Bairro Industrial | Stand | Estrela D'alva | Alcides Almeida | São Carlos |
-- | Madezzati | Passo das Pedras | Bairro Dois Irmãos | Santa Cecília | Laranjeiras |
-- | Vila Malafaia | Castro Alves | Santa Flora | Vila Damé | Jardim do Castelo |
-- | Jardim Monte Carlo | Vila Gaúcha | Bairro Bonito | Vila Floresta | Mascarenhas de Moraes |
-- | São Domingos | Bairro Ibajé | Vila Ipiranga | Tarumã | -- |
-- | Parque Marília | -- | Prado Velho | Lagoão da Pedra | -- |
-- | São Martin | -- | Pedras Brancas | Vila Operária | -- |
-- | Cohab | -- | Morgado Rosa | Vila dos Sargentos | -- |
-- | DAER | -- | Bairro Ivone | -- | -- |
-- | Getúlio Vargas | -- | -- | -- | -- |
-- | -- | -- | -- | -- | |
-- | -- | -- | -- | -- | -- |
-- | -- | -- | -- | -- | -- |
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